quarta-feira, 15 de setembro de 2010

PROJETO APROVADO DENTRO DO PROGRAMA MAIS CULTURA, ATRAVÉZ DO EDITAL PARA MICROPROJETOS DA AMAZÔNIA LEGAL

Este projeto consiste em realizar uma catalogação através de um processo simples mais muito interessante no que diz respeito ao registro da indumentária amazônica particular de Carapajó, distrito de Cametá, durante o mês de Dezembro quando ocorre uma festa muito importante para o cenário amazônico, a festa de “Maria errê!” que relaciona as religiosidades africanas e indígenas com a religiosidade católica criando uma movimentação cheia de cores e significados, que norteia o vestuário deste período refletindo através deste a personalidade cultural local, que se estende além do cronograma das festividades para a vida cotidiana desta. Para isso este está dividido em dois momentos. O 1º momento deste projeto consiste na aquisição de material visual, fotos e filmagens de manifestações folclóricas e religiosas dentro desta festa e depoimentos de integrantes, organizadores e moradores, que referenda o 2º momento, fazendo a sensibilização dos participantes desta oficina, prioritariamente jovens de 17 a 29 anos de idade, através da exposição deste material fotográfico e áudio visual para a concepção de peças de moda através desta experimentação coletiva, no sentido de relevar aspectos da cultura local.
Estes objetivos estão relacionados com a carência de registros que releve as condições do povo da Amazônia em especial o vestuário, do que trata este projeto, a carência de quem vive na Amazônia e interessados exteriores em encontrar processos que referendam os aspectos da vivência amazônica, que acabam resultando no afastamento desta população de suas origens, e a necessidade do resgate da prática da cultura través do incentivo de um habito comum, o de vestir, a medida que é investigada nisto a presença da identidade da Amazônia, uma Amazônia plural, nas suas origens marcada profundamente pela presença do indígena, seu morador mais remoto, depois pela presença do negro e agora com uma imensa população de mestiços filhos deste processo e mantenedores desta cultura. Este projeto entende que uma sociedade ciente de sua situação cultural está apta a colher os lucros de sua produção, sendo este material, capacidade de gerir sustentabilidade e imaterial no que diz respeito à elevação da auto-estima para sua apropriação e promoção.
A moda aqui é tratada como um veículo de informação e sujeito implicante na apropriação da Amazônia com seus códigos e suas particularidades pela sua população, porque o vestir na Amazônia é representação da expressão coletiva, a despeito das amarrações estéticas das grandes cidades, é escolha e fruto de convenções particulares dentro de uma coletividade, que sugere liberdade religiosa, folclórica, e de trabalho, além de refletir a relação estreita com a natureza, formas, cores e com sua temperatura.